A diferença ao avaliar os sentimentos dos grupos subrepresentados no ambiente de trabalho
- Gabriel Leal
- 26 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Pesquisas apontam que as regras de sentimentos são aplicadas de formas diferentes a homens e mulheres, brancos e negros, héteros e LGBS, cis e trans e suas variadas interseções.
A reflexão que nós temos é que as pessoas julgam emoções como frustração, tristeza e raiva com muito mais rigidez quando demonstradas por populações historicamente marginalizadas e vulnerabilizadas.
Não a toa a dicotomia razão x emoção que há anos vem sido difundida e herarquizada, torna-se plano quando enxergamos que a razão é tida como fortaleza e a emoção como fraqueza.
Quantas vezes nos posicionamos e acabamos sendo taxados de histéricos, militantes, agressivos simplesmente porque não aceitamos as dinâmicas postas dentro das relações e expomos nossas emoções?
Um estudo publicado em abril deste ano por Stephanie Ortiz, professora de sociologia da Universidade de Massachusetts, demonstra como as regras de sentimentos são vistas de forma diferentes, dependendo da raça/etnia da pessoa.
A pesquisadora realizou entrevistas com funcionários em centros LGBTI+ de faculdades em várias partes dos Estados Unidos e o foco era identificar como os administradores percebiam suas emoções quando os funcionários tentavam discutir problemas sobre discriminações de diversas ordens.
Desse estudo revelaram que os funcionários brancos que demonstravam raiva em nome dos estudantes para os administradores eram considerados "apaixonados pelo seu trabalho". Porém, funcionários não brancos eram considerados "radicais" em relação a microagressões ou preconceitos sofridos pelos estudantes.
Esse cenário não é muito diferente no resto do globo e vale a pergunta: Você se sente a vontade para demonstrar seus sentimentos e emoções no seu atual ambiente de trabalho?
Por isso é Importante entendermos que a diversidade é transversal e precisa estar blocada na estrutura. Além disso deve ser trabalhada em todos os setores e divisões, porque caso contrário estaremos fadados a perpetuação de adoecimento e gerando fracasso nas empresas.
Falar sobre diversidade também é falar sobre saúde. E quando mais separamos a emoção da razão, proibindo-as, controlando-as mais adoecimentos e impactos nas nossas empresas teremos.
E como o nome do episódio que participei do podcast da Inventivos diz "sem diversidade não existirá excelência". Vale a pena ouvir!